Vai chegando fim de semana e meu coração vai ficando apertadinho e medroso de termos um público mixo e volume de pagantes insuficiente para o mínimo do teatro, as despesas com equipe técnica, taxas de cartão de crédito, valor cobrado por emissão de cada ingresso e todos os custos que envolvem uma produção de teatro.
É sempre uma incógnita.
O espetáculo é ADORADO por todos que assistem, a resposta do público é maravilhosa SEMPRE e sei que a grande maioria sai do teatro feliz, satisfeita e indicando a peça para os amigos, porém... O resultado de bilheteria nunca é de acordo com que ouço do público, dos e-mail e mensagens de facebook que recebo semanalmente e do boca a boca que já se formou em torno do PARTO.
Um pecado, pois isso me leva a pensar em parar a temporada toda semana.
Uma grávida não merece trabalhar sem ganhar. Aliás, ator nenhum no mundo merece trabalhar sem ganhar mas essa é nossa triste realidade. Normalmente pagamos para estar no palco.
Ontem tive uma presença especial de mais na platéia o que me fez sentir algo maravilhoso e receber uma carga de GARRA e profundo desejo de "parir" para muita gente nessa vida ainda.
Antes de começar a apresentação pensei: " Essa é a penúltima, semana que vem encerro a temporada e vou cuidar do enxoval e quartinho do Ian. Chega de sofrer pelo Teatro !"
A decisão foi mudada depois de abraçar a Vilma.
Uma das personagens reais mais LEGAIS do espetáculo foi me prestigiar depois de muito esperá-la.
VILMA NISHI. VILMA VILMA VILMA VILMA VILMA . Viva a Vilma !
A parteira mais amada e querida entre as grávidas de São Paulo e que "fez" o parto da Tata no nascimento da Luna. E FEZ ( sem aspas) o segundo parto no nascimento da Maia.
Luna nasceu decretando sua independência e não precisou da ajuda de ninguém. Tudo de repente, num rompante, num " CRÁ", e Vilma por telefone orientou e acalmou Daniel, pai da Luna e da Maia.
Tudo isso é relatado na última e mais "lacrimosa" cena de " Meu Trabalho é um Parto", a cena que faz o público compreender que estamos alí não só para fazê-los gargalhar e passar um momento divertido no fim de tarde de um sábado qualquer. Mas que nossa paixão pelo ofício de interpretar e nosso comprometimento com a VIDA nos faz compreender a necessidade de alertar a todos para a BELEZA que envolve o nascimento de um novo corpo habitado por uma alma que ocupará nosso planeta terra e certamente fará DIFERENÇA trazendo mais sentido para a existência de pelo menos duas pessoas; o papai e a mamãe.
Vilma é responsável na colaboração da chegada de muitos destes corpinhos, habitados por almas velhas, novas, que já viveram aqui, alí, lá longe...
A presença da Vilma ontem no Renaissance fez reNASCER em mim a chama da coragem para continuar lutando por algo que acredito muito e que merece além de elogios, prestigio, admiração, orgulho e até adoração de vários, retorno financeiro e menos agonia no peito a cada fim de semana que chega.
Sigamos em frente PARINDO aos sábados se Deus quiser até bem próximo ao parto do Ian.
Obrigada Vilma !!
Ai, Veri, que lindo isso, amiga. A Vilma realmente dá essa força estranha na gente. É um ser iluminado mesmo. E sua peça é incrível, seu trabalho dos mais sérios, por mais que faça rir... vc é uma atriz com A maiúsculo e seu "Parto" merece casa lotada todos os dias! O que acontece?? Cade as grávidas deste Brasil? Isso é um assunto que interessa a todos os seres do planeta, pois um dia TODO MUNDO NASCEU, e até onde eu sei, pra nascer, precisa ter parto, né?
ResponderExcluirBem, amiga, quero dizer que foi um prazer ter divido a história da Luna/Vilma com vc. Se a gente conseguiu emocionar e quem sabe até conscientizar uma grávida sequer, já valeu.
Mas fico aqui na torcida - e na ajuda na divulgação - pra que o espetáculo enfim bombe!
Um beijo com mto carinho! Parabéns pelo Ian!
Tata
Ai ai ai Tatinha...
ResponderExcluirO peso de cada cruz é algo tão individual e tão particular.
Para conseguir o Ian tive que perder 4 bebês, já havíamos escolhido seu nome há um tempo e só agora descobrimos o significado: DEUS É GRACIOSO.
É Eslavo e me prova o quanto tinha que ser ele mesmo e não a Maria Lua que nós tanto queriamos e esperamos.
DEUS me agraciou e a gravidez está caminhando.
Talvez eu tenha que "perder mais uns bebês" para ter o sucesso financeiro que o espetáculo merece. Prestígio, elogio e admiração alimentam a alma e pelo menos eles eu tenho de sobra. Agora tem que vir dinheiro.
Terei paciência e fé e ontem fazendo SEU PARTO, vendo as pessoas rindo e chorando muito na platéia eu pensava: "Não posso parar, não posso parar. Olha o que a peça causa nas pessoas". Olhava para os olhos da Vilma, de um garoto muito jovem chorando e rindo... e só pensava " Bem vindos FILHOS"... Que delícia!
São as ironias da vida.
Mas não tenho do que reclamar. Tenho algo precioso de mais, algo que dinheiro nenhum compra: PRESTIGIO e ADMIRAÇÃO.
E comentários que não tem preço. Dia 20 teve um evento de lançamento de outros livros da Editora que publicou o Parto, cada peça teve uma apresentação de 10 minutos de cena e lá estava eu no palco do Teatro Augusta com vocêm Vilma , Daniel e Luna. Acabaram as cenas e fomos para o saguão escrever dedicatórias e dar autógrafos. Chega um homem para mim e diz: " Ontem eu fui ao enterro do meu melhor amigo e hoje estou aqui vendo vc fazer essa cena tao linda que fala de nascimento e de VIDA! Obrigado, estou muito melhor!"
Pronto... Missão cumprida.
Seu livro e DVD estão embrulhados em lugar etratégico e a visita a vcs vai acontecer. PROMETO!
beijossss
Que lindo Veridiana. Entendo sua frustração. Tenho outra amiga artista plástica, pintora bastante talentosa, que vive o mesmo dilema: adora pintar os quadros dela, recebe elogios, faz exposições no Brasil e até no exterior mas até agora não "estourou" e luta com dificuldades pra pagar as contas. Vou lhe falar o que sempre digo a ela: vai atrás dos seus sonhos, persevere, uma hora a coisa deslancha. Tudo que vale a pena nessa vida leva tempo, demanda paciência. Faça como o Churchill ensinava: jamais, jamais desista!. Beijos
ResponderExcluirQue ótimo, prima Vilma Nishi. Parabéns pelo seu bom trabalho.
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